De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Washington, nos Estados Unidos, residir nas proximidades de ambientes naturais proporciona benefícios significativos à saúde física e mental, especialmente entre indivíduos idosos.
Os resultados, publicados na revista Health & Place, baseiam-se em dados coletados entre 2011 e 2019, envolvendo mais de 40 mil residentes da cidade de Washington, nos EUA. A pesquisa estabeleceu relações entre a saúde mental dessas pessoas e diversos indicadores relacionados ao acesso a áreas verdes e azuis, incluindo florestas, parques, lagos e rios.
Os resultados indicam que aproximadamente 2% dos participantes manifestaram sinais de sofrimento psicológico grave, caracterizado por problemas de saúde mental que demandam tratamento e podem impactar a vida social ou profissional. Além disso, 19% relataram uma classificação de saúde geral considerada como razoável ou ruim.
A pesquisa revelou que um acréscimo de 10% nas áreas verdes, na cobertura arbórea ou nos espaços d’água nas localidades onde os voluntários residiam, reduziu a probabilidade de idosos relatarem sua saúde geral como fraca ou regular.
Em uma entrevista ao portal oficial de notícias da Washington State University, Adithya Vegaraju, estudante de medicina e autora principal do estudo, enfatizou que essas descobertas indicam que a redução de espaços verdes nas cidades não apenas trazem impactos ambientais, mas também causa reflexos na saúde pública.
“Idosos enfrentam resistência às intervenções médicas ou psicoterapêuticas, que são os tratamentos mais eficazes para essas condições. Se a exposição a espaços verdes ou azuis pode prevenir, retardar ou mesmo tratar doenças, precisamos explorar essa possibilidade”, argumentou a especialista.
A equipe acredita que o estudo pode impulsionar iniciativas de planejamento urbano e programas de saúde pública em níveis governamentais, reconhecendo a importância de preservar e promover a presença de espaços naturais, especialmente em áreas com desafios de saúde mental persistentes.
Em 2018, uma pesquisa realizada pela WWF-Brasil, em colaboração com o IBOPE Inteligência, indicou que a vontade de se aproximar da natureza é compartilhado pela maioria dos brasileiros, com 91% expressando o desejo de viver mais próximo do campo. Não surpreendentemente, 82% valorizam destinos que ofereçam paisagens naturais ao escolherem locais para viajar, enquanto 52% costumam participar de atividades junto à natureza.
