NotíciasSaúde Mental dos estudantes universitários permanece preocupante nas comunidades acadêmicas

Saúde Mental dos estudantes universitários permanece preocupante nas comunidades acadêmicas

A saúde mental dos estudantes universitários permanece como uma preocupação crucial dentro das comunidades acadêmicas, onde casos de burnout, depressão e esgotamento são cada vez mais comuns. Recentemente, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL), uma tragédia evidenciou esse problema, com o suicídio de uma aluna. Embora as causas específicas desse incidente permaneçam desconhecidas e não possam ser atribuídas diretamente à instituição, a questão da saúde mental tornou-se, mais uma vez, uma prioridade destacada tanto pela direção da faculdade quanto pela Associação Académica.

Os sinais de alerta são claros: as listas de espera para os escassos serviços de apoio psicológico nas universidades triplicaram nos últimos dois anos. Estudos conduzidos pelo Ministério da Educação e por associações académicas, incluindo a Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL), apontam para um agravamento dos problemas de saúde mental entre os estudantes. Um estudo da AAUL revelou que 40% dos alunos da Universidade de Lisboa já enfrentaram situações de burnout ou esgotamento durante seu percurso acadêmico, levando 45% deles a pensar em desistir dos cursos.

As pressões psicológicas, combinadas com desafios socioeconômicos como habitação cara e propinas elevadas, surgem como fatores-chave na decisão dos estudantes de abandonar o ensino superior. O aumento dos custos habitacionais, particularmente visível neste ano letivo, contribuiu para um ambiente mais tenso, no qual a preocupação com a saúde mental se tornou ainda mais urgente.

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Embora a pandemia não seja a única causa desses problemas, ela trouxe à tona uma realidade já existente, destacando a necessidade fundamental de apoio. No entanto, a capacidade das instituições de ensino superior para lidar com essa demanda é questionável, com cerca de 27% delas relatando falta de recursos para lidar com questões de saúde mental.

Nesse contexto, muitas universidades têm delegado essa responsabilidade às associações de estudantes, resultando em uma sobrecarga adicional para essas organizações. Na Universidade de Lisboa, por exemplo, apenas dois gabinetes de apoio psicológico são geridos por associações académicas, com uma demanda crescente por serviços de aconselhamento.

Em declarações, a Direção da FDUL reconhece esses desafios e está tomando medidas para enfrentá-los, incluindo o reforço do apoio psicológico aos alunos e a possível contratação de mais profissionais para integrar equipes permanentes.

Além disso, é essencial repensar as práticas acadêmicas que contribuem para o estresse dos estudantes. O debate sobre modelos de avaliação mais justos e a ênfase na avaliação contínua estão em pauta, buscando aliviar a pressão sobre os alunos.

No entanto, as causas subjacentes aos problemas de saúde mental dos estudantes são complexas e multifacetadas, envolvendo fatores genéticos, ambientais e acadêmicos. É crucial evitar uma abordagem simplista ao atribuir culpa, mas sim buscar soluções integradas e sustentáveis para promover o bem-estar dos estudantes.

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Redação TVPsi
Redação TVPsi
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