Novos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo estão enfrentando problemas de sobrepeso, e uma em cada oito pessoas é considerada obesa. Esse número alarmante representa um aumento significativo, já que a prevalência da obesidade entre adultos dobrou desde 1990, afetando agora cerca de 43% da população global.
A situação é ainda mais preocupante quando se observa o impacto entre os jovens. A obesidade entre adolescentes aumentou quatro vezes desde 1990, afetando quase 400 milhões de crianças em todo o mundo. Um estudo recente publicado na revista científica Lancet destaca a crescente epidemia de obesidade e seu impacto negativo na saúde global, associando-a a uma série de doenças graves, como problemas cardíacos, respiratórios, diabetes tipo 2, dificuldades motoras, de reprodução e um maior risco de desenvolver diversos tipos de câncer.
Embora nações do Pacífico, como Tonga, Samoa e Nauru, liderem as estatísticas de obesidade, o continente americano como um todo apresenta mais de 67% da população com excesso de peso. Na Europa, embora os números sejam menores em comparação com outras regiões, ainda assim mais de 1,2 milhão de pessoas morrem anualmente devido a complicações relacionadas à má alimentação.
O problema da obesidade, tradicionalmente associado a economias mais desenvolvidas, está se tornando cada vez mais prevalente em países de baixa renda na África e na Ásia, especialmente entre crianças com menos de cinco anos. Isso é em parte atribuído à falta de acesso a alimentos de qualidade, levando as pessoas a consumirem opções mais baratas, mas geralmente ricas em açúcar e gorduras.
Em Portugal, segundo a OMS, cerca de 2,3 milhões de adultos e 107 mil crianças e adolescentes estavam com excesso de peso em 2022. Os especialistas alertam que, se medidas não forem tomadas para conter essa tendência, o impacto econômico global da obesidade poderá ultrapassar os 3 trilhões de euros nos próximos seis anos.