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Falta de recursos na saúde mental: Bastonário dos Psicólogos alerta o Presidente português

O bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), Francisco Miranda Rodrigues, enviou uma carta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, expressando preocupação sobre a escassez de recursos para saúde mental nos centros de saúde. Na carta, ele destacou a falta de apoio psicológico para crianças e jovens em casas de acolhimento.

“Nós continuamos sem conseguir sequer apoiar os mais vulneráveis, como é exemplo a incapacidade de resposta àqueles que se encontram sujeitos a medidas de acolhimento residencial e não têm, muitas vezes, qualquer acesso a apoio psicológico”, escreveu o bastonário. Ele também alertou para o possível prejuízo irreparável ao desenvolvimento e aos projetos de vida destas pessoas.

Além disso, o bastonário sublinhou que diversas situações recentes, como a pandemia, a instabilidade causada pela guerra na Ucrânia e a escalada do conflito entre Israel e Palestina, juntamente com problemas internos como a crise habitacional e a inflação, têm impactado a saúde mental dos portugueses.

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Rodrigues enfatizou ainda o aumento na procura por serviços de psicologia nos últimos anos, e destacou a falta de investimento na contratação de psicólogos para os cuidados de saúde primários, tanto em 2023 quanto nos 25 anos anteriores.

Na carta, o líder da OPP disse ser urgente que o Presidente mantenha atenção ao atual contexto político, especialmente para garantir a efetivação da vinculação dos psicólogos nas escolas, conforme previsto no Orçamento do Estado. Ele alertou para os riscos de uma possível saída de cerca de 500 psicólogos, o que poderia ser catastrófico para as escolas portuguesas.

Rodrigues também informou ao Presidente que, embora mais de 1100 estágios profissionais sejam realizados anualmente, 90% acontecem nos setores social e privado, havendo escasso investimento público nesse campo, o que é uma exigência legal.

“Nas escolas, os governos não fazem qualquer investimento nestes estágios. No Serviço Nacional de Saúde, realizam-se no máximo cerca de 30 APJ [Ano Profissional Júnior] por ano. O novo quadro legal torna tudo mais exigente para os jovens profissionais na nossa área”, queixou-se o bastonário, sublinhando a necessidade de investimento público para aumentar a empregabilidade destes.

Recentemente, um relatório da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) revelou que mais de 20 mil pacientes aguardam consultas de saúde mental em Portugal, sendo mais da metade considerada de extrema urgência. O tempo de espera máximo para consulta é superior aos três meses, ultrapassando o prazo legalmente estabelecido.

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Redação TVPsi
Redação TVPsi
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